Terça-feira, 30 de Março de 2004

AS DIVERSAS FORMAS DO DESESPERO E O SEU PECADO

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O desespero como possível estrutura do sujeito é característica quer de uma ou várias alternativas numa dialéctica de relação do sujeito consigo próprio. Aqui o desespero real é a condição em que o homem é colocado pelo possível que se refere à sua própria interioridade, ao seu eu. Constitui-se assim uma dialéctica entre o desespero real e o virtual, entre um que seja vantajoso e o outro imperfeito. Assiste-se a uma certa ambiguidade do autor na medida em que afirma ; « Assim, há uma infinita vantagem em poder desesperar, e , contudo, o desespero não só é a pior das misérias, como a nossa perdição. Habitualmente a relação do possível com o real apresenta-se de outro modo, porque, se é uma vantagem, por exemplo, poder-se-á ser o que se deseja, maior ainda é sê-lo, isto é, : a passagem do possível ao real é um progresso, uma ascenção. O desespero é a doença mortal, não como conduzir à morte que é mortal em relação ao eu, mas porque é na sua vivência metafísica que leva a morte ao eu : é a tentativa impossível para negar a possibilidade do eu, quer transformando-o auto-suficiente quer destruindo-o na sua essência real. Daí decorre, que « No desespero, o morrer continuamente se transforma em viver. Quem desespera não pode morrer ; "assim como um punhal não serve para matar pensamentos", assim também o desespero, verme mortal, fogo in-extinguível, não devora a eternidade do eu, que é o seu próprio sustentáculo.», quem desespera, quer, no seu desespero, ser ele próprio.Assim desesperar de si próprio é querer, libertar-se de si próprio, tal é a dialéctica de todo o desespero.

publicado por jmdslb às 23:49
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Segunda-feira, 29 de Março de 2004

O DESESPERO HUMANO: DOENÇA ATÉ À MORTE EM KIERKEGAARD

O GRITO.jpg Aquilo que está pressuposto em todo o programa de trabalho deste pensador é sem dúvida o facto de inculcar o entendimento da existência humana à categoria de possibilidades e de ter demonstrado a carga negativa da possibilidade como tal. E porque de facto todas as possibilidades além de serem possibilidade-de-sim são também possibilidades-de-não,como ameaça do nada com o qual este pensador vive e trabalha originando o tal conflito consigo próprio carregado de alternativas terríveis que acabam por suspendê-lo em absoluto. É perante essa mesma angústia e desespero que sente em si a possibilidade destruidora,patente em qualquer alternativa da existência e como ele próprio afirma ser «uma cobaia de experiências da existência». Mas para ele o desespero é a "doença mortal", e enfatiza assim ; « Estar mortalmente doente é não poder morrer, mas neste caso a vida não permite esperança, e a desesperança é a impossibilidade da última esperança, a impossibilidade de morrer.» Dado que a existência precede a essência não há natureza humana. A contigência da exitência aparece como uma pura irracionalidade e giza o sentimento do absurdo provocando essa angústia que será um dos temas maiores dos existencialismos. Neste sentido pode dizer-se, que há existencialismo em Kierkegaard, ele que se revoltou contra toda a filosofia e teologia racional em nome da verdade irredutível do singular(individual). (continua)

publicado por jmdslb às 22:23
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Domingo, 28 de Março de 2004

KANDINSKY

kand2.jpg Nasceu em 4 de Dezembro de 1866 em Moscovo.Acabou os seus estudos universitários em 1892 com a licenciatura em Direito na universidade de Moscovo.Em 1896 rejeita um convite para ser professor na Universidade para se dedicar ao estudo da pintura o qual mudou a sua residência para Munique e o seu centro, a histórica Bauhaus. Em 1901 faz a sua primeira exposição. A obra de Kandinsky, a sua contribuição na procura de uma nova forma de expressão na pintura e mesmo de uma nova concepção da arte, parecem ainda hoje ser bastante enigmáticas,incoerentes e sem pressupostos. Mas, no caso de kandinsky, como aliás no caso de qualquer artista, podem-se notar os pressupostos biográficos, as experiências mais marcantes da infância e da juventude que, em conjunto com o talento inato, deixam marcas indubitáveis na sua motivação interior e verdadeiro génio criador.

publicado por jmdslb às 16:28
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"O CAVALIRO AZUL" - kANDINSKY

kandinsky015.jpg O Cavaleiro Azul tinha como objectivo principal despertar as faculdades de viver o espiritual nas coisas materiais e abstractas que nos permitem viver experiências infinitas e necessárias para o futuro. O desejo de despertar esta faculdade geradora de alegria nas pessoas que ainda não a tinham era o objectivo principal das suas obras.

publicado por jmdslb às 16:04
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IMPROVISAÇÃO MOSKAU I- Óleo s/tela,51,5x49,5cm - KANDINSKY

kandinsky011.jpg Kandinsky estava empenhado em diversos institutos de arte russos e na BAUHAUS, o centro da sua didáctica artística no exame das relações entre a psicologia da percepção e a teoria das cores.

publicado por jmdslb às 16:01
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RUPTURA PARA A ABSTRACÇÃO - KANDINSKY

kandinsky143.jpg ÓLEO S/TELA, 120 x 170 cm - Centre Georges Pompidou. «Uma obra de arte é constituida por dois elementos:o interior e o exterior. O elemento interior, quando tomado individualmente, representa a emoção da alma do artista. Na verdade, esta emoção é capaz de suscitar na alma do espectador uma emoção correspondente. Enquanto a alma estiver ligada ao corpo, este apenas poderá, regra geral, receber vibrações por intermédio dos sentimentos. O sentimento constitui, portanto, uma ponte que conduz do imaterial para o material (artista) e do material para o imaterial (espectador). Emoção - sentimento - obra - sentimento - emoção.» VASSILY KANDINSKY - 1916 - Moscovo

publicado por jmdslb às 15:47
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Sábado, 27 de Março de 2004

COMPOSIÇÃO VII - KANDINSKY

composicionVII.gif Esta é a sua principal obra da época de Munique, foi indubitavelmente a maior devido à complexidade dos temas e motivos envolvidos. Neste gigantesco quadro existem várias nuances, como, pintura sobre o vidro,desenhos,aguarelas, xilogravuras e quadros a óleo,todos à volta de temas escatológicos como o dilúvio,a ressurreição e o juízo final.

publicado por jmdslb às 19:51
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COMPOSIÇÃO VIII - KANDINSKY

158_1953_kadinsky_13_sm.gif Kandinsky alcançou a vitória do espiritual misterioso pelo menos nos seus quadros. E como ele enfatizou;« A linguagem do segredo através do segredo. Não é ela o teor? Não é ela o objectivo consciente e inconsciente do impulso criador que nos domina ? ...O Homem fala ao Homem sobre o sobrehumano - a linguagem da obra de arte.»

publicado por jmdslb às 18:55
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Sexta-feira, 26 de Março de 2004

PRAZERES IRREFUTÁVEIS - «AQUI SOMOS FELIZES»

sleeve_sunburstsnowblind.jpg Como nasce a crítica de que a sociedade de consumo conduziu tão rapidamente a partir dos anos 60 ao triunfo do consumismo ? É que as palavras de ordem então lançadas: «tudo,já»,«morte ao aborrecimento», «viver sem tempos mortos e fruir sem entraves», aplicam-se mais ao domínio do amor e da vida que ao comércio. Acreditava-se subverter a ordem estabelecida, favorecia-se de completa boa-fé a propagação do mercantilismo universal. É na ordem da fome e da sede que tudo se transforma imediatamente acessível quando o coração e o desejo têm os seus próprios ritmos, as suas in-termitências. A intenção era libertária não confundir com an-arquia,o resultado mostrou-se publicitário: tem menos liberdade a libido que o nosso apetite pelas compras sem limite, a nossa capacidade de fazer mão baixa sem restrições sobre todos os bens. Bela imagem do revolucionário transformado em prospector preferido do kapital, no que se tornaram por fim o movimento operário, o marxismo e a esquerda radical, capazes de criticar uma falha do Sistema e de permitir a este reformar-se sem custos de maior. Seja o que for que se pense, é muito divertido,pois que, como na moda, adopta-se apaixonadamente o que nos é proposto como se tivesse sido escolha nossa. Já sabemos: não se refuta um prazer com anátemas, absorve-se, suplanta-se com um maior. O consumismo repugna-vos como vos repugnam esses bezerros que pisam o chão dos supermercados e dos grandes armazéns ? Inventai outras alegrias, criai novas tentações! Mas, por favor, deixai-vos de lamúrias!

publicado por jmdslb às 01:16
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Quinta-feira, 25 de Março de 2004

FINAL DO TRÍPTICO SOBRE O AMOR

ottobre.jpg Código >as pessoas deviam ser menos cínicas quanto ao amor. Mensagem = "_Não seja cínico comigo. Estava próximo de um código de guerra que nos permitia conversar o tempo que quiséssemos sem corrermos o risco humilhante de os desejos, quer dum quer doutro, não serem correspondidos. Se os senhores da guerra irrompessem pela sala, os outros podiam facilmente alegar que estavam apenas a transmitir passagens das obras de Shaskespeare, evitando os textos de maior emotividade [Desejo-te ], - pois nada, no que ela e eu efectivamente dizíamos, nos implicava directamente. Se os sinais de sedução são de tal modo in-significantes que podem mesmo ser negados [um simples toque na mão ou troca de olhares que demore mais uma fracção de segundo do que o habitual], quem é que pode dizer que é de sedução que se está a falar ? Não à melhor maneira do que essa de aliviar os riscos tremendos que o caminho empreendido por duas bocas na direcção uma da outra sempre implica,riscos que podem reduzir-se a um perigo central, o de que uma confesse o seu desejo e o veja rejeitado. Temos de partir do princípio de que há certas lições a retirar do amor, quando não, passaríamos o resto da vida a repetir os mesmos erros, como as moscas que endoidecem às marradas nas vidraças das janelas, incapazes de perceber que, embora o vidro seja transparente, não se pode atravessá-lo. Não haverá também determinadas verdades básicas a apreender, fragmentos de sabedoria que podem evitar alguns entusiasmos excessivos, alguma dor, algumas amargas desilusões ?

publicado por jmdslb às 01:05
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