Quarta-feira, 28 de Abril de 2004
UM DIA VIRÁ EM QUE VOS ARREPENDAIS
Vós que falais alto e gritais, e vós calados que calais!
E se tal dia não viesse,choraria eu hoje por vós,
Ao menos por mor dos vossos filhos.
B. Brecht
Em Defesa da Revolução:
Ao invés do que pode parecer à primeira vista,julgo que a tensão social não diminui desde há 30 anos a esta parte. Pelo contrário: o estado de tensão agravou-se. O espirito dos três D da revolução de Abril não se cumpriram completamente, a saber; Democracia,Descolonização e Desenvolvimento.Este último é o mais carente.Desenvolvimento? Evolução? No quê? Em mais desemprego,fome,miséria,fuga de capitais,colagem à guerra do sr.bush... Agravou-se porque a direita se aproveitou da situação para vir ainda mais para cima,não perdendo a oportunidade de semear entre os portugueses o pânico e a descrença, de agitar visões e u-topias catastróficas da realidade nacional para melhor fazer aceitar os velhos mitos da direita, da "ordem" e da "autoridade". A corrupção mina o nosso país.Em todos os sectores da nossa sociedade existe corrupção e o crime organizado aumentou assustadoramente.Mas eu penso que a "ordem" e a "autoridade" não podem servir de capa à realização dos desígnios da direita reaccionária e a-burguesada no poder. Hoje como sempre ao longo dos tempos,os intelectuais têm um papel muito importante a desempenhar. A literatura por exemplo tem o seu quinhão, que não queremos exagerar nem minimizar,na modificação da consciência dos homens. Muitos sentimentos e paixões foram outrora castigados pela sociedade, tal como invenções e descobertas que pareciam suspeitas. Quando tiver sido assegurado o tal D de desenvolvimento e a paz e uma nova relação dos homens entre si, sem lucro e exploração,bem como uma nova relação entre os povos e hoje mais do que nunca com o povo árabe,sem perseguições sociais e neo-colonialismos,então também aquilo que os nossos adversários "(Sharon! Stone!)" perseguem a nossa "tendência" de esquerda claro,se terá tornado evidente para todos! O intelectual é responsável.Mas o que deverá ele fazer? Não pergunto para ganhar um ponto no debate,mas por estar profundamente irresoluto pessoalmente. Encontramo-nos talvez numa armadilha bem complicada.O governo actual e a Assembleia da República parecem de facto, representarem as opiniões que devidamente têm sido expressas por uma maioria dos nossos compatriotas.Estamos no nosso direito e temos a possibilidade de dar a nossa opinião.Mas reconhecemos com apreensão e preocupação que sabemos mais, e que a elite, quanto a ética e conhecimento, tem de se manifestar.Mas como e de que forma politica? E se nós nada ou pouco podemos fazer politicamente, que faremos, pessoalmente,agora, como particulares e como profissionais? De que maneira poderemos contribuir para romper a coexistência re-pugnante e inumana entre uma cultura intelectual e artística e uma politica no Iraque que muitos entre nós achamos suicida e nojenta ?...
Domingo, 25 de Abril de 2004
Começo por Manuel Freire,mas o grupo era imenso. Era um grupo grande (e de pessoas grandes) que incluía, entre outros, Zeca Afonso,Adriano Correia de Oliveira, José Mário Branco, Luís Cília, Samuel, José Jorge Letria, o filósofo José Barata Moura e já no final dos anos 60, Francisco Fanhais. Eram eles que, desafiando os perigos da noite que nos envolvia, carregavam e distribuíam, com versos e músicas, grande parte do cimento para a construção da nova sociedade - sempre com a esperança-certeza de que outros o aplicariam. Ficaram conhecidos por "Cantores de Intervenção" e "Baladeiros", e ainda hoje as suas vozes (ou as suas canções) mesmo as do que já morreram são ouvidas como tónico despertador contra o sono letárgico da acomodação.Foi da sua responsabilidade a divulgação das mensagens que formaram o caldo de consciencialização de onde viria a emergir o 25 de Abril de 1974 e foram eles, também, os grandes dinamizadores do fervor revolucionário, algo incontrolado (e, por isso mesmo,exagerado) que se viveu no país durante o Prec e até 1979. Volto à razão dessa crónica: lembrar aos mais distraídos que ouve outros "Capitães de Abril", sem farda,sem patentes,sem hierarquias,mas com uma arma - a canção ("A cantiga é uma arma..."). Foram ou ainda são Capitães-Poetas,Capitães-Músicos,Capitães-Cantores.Para terminar uma palavra GRANDE para o poeta José Carlos Ary dos Santos também o grande mestre da poesia de intervenção.Um bem-haja a TODOS!... IN "Da Minha Janela em Coimbra", Júlio Correia.
Claro que o 25 de Abril é re-volução,evolução vem imediatamente no pós-progressismo que se desenvolveu após o golpe efectuado pelos capitães de Abril.E daqui mando para o outro mundo onde quer que esteja um grande abraço e saudades deste ícone e herói da Primavera de Abril,que foi indubitavelmente o Capitão Salgueiro Maia. A factualidade diz-nos que as conquistas foram muitas; a liberdade, a democracia, o fim da guerra, o emprego, a reforma agrária etc...etc...etc...mas nada foi demais! O que foi feito da politização que os portuguaese tinham? O que se observa agora ao fim de 30 anos? Desemprego, fome, decadência do sistema social,principalmente o da saúde, projectos megalómanos (Expo-98) agora o (Euro-2004),tudo à fartazana. Corrupção é mato,por todo o lado quem tem as unhas maiores e mais porcas é que se safa. Chamam democracia a isso? Democracia nem no tempo dos seus inventores,os gregos, até o filósofo Aristóteles justificou a escravatura. O estrangeiro, aquele que não falava grego era chamado Bárbaro. Leêm a República de Platão e mais elucidados ficarão com o conceito de democracia por quem a inventou. Foi você quem pediu um 25 de Abril ?...
Sábado, 24 de Abril de 2004
AMANHÃ SERÁ OUTRO DIA
Entre todos os nossos escritores, outorgo a palma, e creio que com razão, a Santiago Amyot,não só pela simplicidade e pureza da sua dicção, qualidades em que ultrapassa todos os demais, nem pela constância que pôs num trabalho tão dilatado, nem pela profundidade do deu saber, mercê da qual lhe foi possível interpretar com felicidade um autor tão espinhoso e de difícil trabalho; pois digam-se o que quiserem,apesar de eu não saber grego,vejo nas traduções de Amyot um sentido tão unido e constante que, das duas uma, ou ele penetrou deveras as ideias do autor, ou graças a um comércio prolongado logrou introduzir na sua alma uma ideia geral de Plutarco; e nada lhe atribui que o desminta nem o contradiga. Mas, acima de tudo, estimo no nosso autor o ter sabido escolher um livro tão excelente e tão útil para ele fazer ao seu país valioso presente.Nós, pobres ignorantes, estávamos perdidos se este livro não tivesse vindo tirar-nos do atoleiro em que jazíamos; graças a ele ousamos hoje falar e escrever; as damas são capazes de doutrinar os mestres,é o nosso breviário. Se o bom Amyot tivesse vida para isso, recomendar-lhe-ia agora a tradução de Xenofonte, tarefa mais fácil e, por conseguinte, mais própria para a sua velhice.
Sexta-feira, 23 de Abril de 2004
PERTURBAÇÕES DO ESPECTRO DO AUTISMO, ENSAIO DE UMA INTERVENÇÃO DES-CONSTRUTIVA OU OS GENES QUE PENSAM GENÉTICA PSIQUIÁTRICA!...
O JUDEU SERÁ QUE MERECE A FOGUEIRA COMO O NOSSO ANTÓNIO JOSÉ da SILVA? O TAL DA "VIDA DE D. QUIXOTE" - "ESOPAIDA" E "AS GUERRAS DO ALECRIM E DA MANJERONA...O TAL QUE A INQUISIÇÃO NÃO GOSTOU!...
Quarta-feira, 21 de Abril de 2004
Não! Não são os Simpson,mas são uma família às Direitas.Agora e de acordo com a razão já não é uma de-finição que a torna à direita, mas pelo menos uma hipótese, uma extrema ratio da justiça até quando os termos de aturar? Qual o postulado moral e instinto de sobrevivência a essa espécie? Tornar-se em tudo e por tudo humano? É essa a liberdade humana que se abre para um horizonte limitado, que dava por pressupostos e intangíveis algumas condições - por exemplo a extinção dessa espécie e para além da espécie, do fenómeno da vida, com as suas expressões multiformes - que hoje também entraram na área das livres escolhas. Não estão aquém, estão para além do limiar da liberdade. Para concluir, quem se interroga sobre o destino da espécie com esta radicalidade é capaz de compreender plenamente a actualidade da mensagem - sapiencial antes de cientifico destas palavras...
Domingo, 18 de Abril de 2004
Recordamos uma antiga sentença: Si vis pacem,para bellum. Se queres conservar a paz,prepara-te para a guerra. Seria oportuno modificá-la assim : Si vis vitam,para mortem. Se queres suportar a vida, prepara-te para a morte.
ALGUM COMENTÁRIO?
Com luz verde do ditador e mentecapto bush,os sionistas liderados pelo criminoso de guerra e corrupto sharon,cometaram mais um bárbaro assassínio e terrorismo de estado.Mataram o médico e pediatra AL-Rantiss que tinha tomado posse há dois meses após o assassínio de Yassin (o paraplégico) mais o seu filho de tenra idade que o acompanhava. Acções hipócritas como as sucedidas são no mínimo para o foro da psiquiatria,pois ambos os cow-boys, com estas pulsões simulam a transformação intrínseca das mesmas,como se o egoísmo se tivesse transformado em ódio ou compaixão, e a crueldade em altruismo.Problemas dos dois senhores para a Metapsicologia.