Segunda-feira, 1 de Março de 2004
Ele passa o portão do jardim da quinta e corre para o campo. As velhas tílias do jardim do castelo contemplam-no para lá das muralhas, quer por volta da Páscoa ele brilhe claramente entre as sementeiras a abrir e os prados que despertam, ou no Natal ele desapareça sob os nevões por detrás da colina mais próxima. A partir da cruz, ele toma o rumo da floresta e saúda da berma um imenso carvalho, sob o qual se encontra um banco toscamente talhado. Era ali que por vezes pousava um e outro escrito dos grandes pensadores, que uma jovem in-experiente procurava decifrar. Quando as dificuldades se acumulavam sem que se oferecesse qualquer saída, vinha então em auxilio o caminho do campo. Pois ele encaminha silenciosamente os nossos passos por uma sinuosa via através da amplitude da terra rica. De quando em quando sempre retorna o pensamento, absorto nos mesmos escritos ou entregue às suas próprias tentativas, àquela via que o caminho traça através da planície. Ele permanece tão próximo dos passos do pensador como dos passos do camponês, que pela madrugada vai para a ceifa. Mais frequentemente, com o passar dos anos, o carvalho à beira do caminho traz à memória oa antigos jogos e as primeiras opções. Quando, à vezes, em plena floresta um carvalho caía sob o golpe do machado, lá ia o pai por entre os bosques e as clareiras ensoleiradas em busca do toro destinado à sua oficina.Era aqui que, nos tempos livres do serviço, ele cuidava pensativamente do relógio da torre e dos sinos, cada qual ligado a seu modo ao tempo e à temporalidade.O próprio carvalho dizia, que só um tal crescimento pode fundar o que perdura e frutifica; que crescer significa: abrir-se à amplitude do céu, mas também enraizar-se na escuridão da terra; que tudo o que é íntegro só floresce quando o homem é igualmente ambas as coisas : ex-posto à interpelação do céu sublime e recolhido no abrigo da terra materna. Isso, sempre o carvalho o diz ainda ao caminho que, certo da sua via, dele se abeira. O caminho re-colhe o que existe em seu redor e faz com que aquele que o percorre aceda ao que tem de mais seu. Os mesmos campos, as mesmas encontas cobertas de prados acompanham o caminho com uma sempre outra proximidade em cada época do ano. MH
De Anónimo a 1 de Março de 2004 às 19:32
RE: É Rafa, isto é, como entrar e sair,como uma porta aberta/fechada, que se abre e fecha ao mesmo tempo,esta simultaneidade é muito importante para perceberes!!!!!!!!!!!!!!abração,tou com pressa vou ver briosa com o Fcp!Joao
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De Anónimo a 1 de Março de 2004 às 19:00
RE: Então Cat não dizes nada? Ou eu bem compreendo tás a querer dizer muito!Gostas de Nietzsche? és nihilista?!!!!!!!!!!!!.;)Joao
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De Anónimo a 1 de Março de 2004 às 15:52
:)Cat S
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De Anónimo a 1 de Março de 2004 às 13:24
Nunca voltamos ao mesmo sitio... tudo se altera com a nossa chegada... tudo se transforma com a nossa ida!!! O chegar e o partir sao duas faces da mesma viagem?! rafapaim
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De Anónimo a 1 de Março de 2004 às 02:20
RE: Suasana «O eterno retorno» não é mito, é pura relidade,como dizia Nietzsche; todo a cultura ocidental caíu a partir de Platão, é preciso ir muito atrás, aos deuses Apolo e Dionísio,depois disso deu-se a "Tragédia Grega".Fazer o retorno aos primórdios para tirar ilações em analogia com o presente!Tchau............Joao
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De Anónimo a 1 de Março de 2004 às 02:12
RE: Para Miss Kafka do Amor-Kafkiano é um enorme prazer?Joao
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De Anónimo a 1 de Março de 2004 às 01:36
Como me disseram um dia.."existe o mito do eterno retorno"...Voltamos sempre aos locais onde fomos felizes ou perdemos a graça...São estes locais que nos povoam a memoria. Tudo é perservado desde aos aromas, barulhos ou imagens...Talvez seja isso k nos faça voltar..Ou talvez não... BjoSusana
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De Anónimo a 1 de Março de 2004 às 01:29
Pois é: uma alma gémea que também não conhecia! Voltarei. :)Miss Kakfa
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