Código >as pessoas deviam ser menos cínicas quanto ao amor. Mensagem = "_Não seja cínico comigo. Estava próximo de um código de guerra que nos permitia conversar o tempo que quiséssemos sem corrermos o risco humilhante de os desejos, quer dum quer doutro, não serem correspondidos. Se os senhores da guerra irrompessem pela sala, os outros podiam facilmente alegar que estavam apenas a transmitir passagens das obras de Shaskespeare, evitando os textos de maior emotividade [Desejo-te ], - pois nada, no que ela e eu efectivamente dizíamos, nos implicava directamente. Se os sinais de sedução são de tal modo in-significantes que podem mesmo ser negados [um simples toque na mão ou troca de olhares que demore mais uma fracção de segundo do que o habitual], quem é que pode dizer que é de sedução que se está a falar ? Não à melhor maneira do que essa de aliviar os riscos tremendos que o caminho empreendido por duas bocas na direcção uma da outra sempre implica,riscos que podem reduzir-se a um perigo central, o de que uma confesse o seu desejo e o veja rejeitado. Temos de partir do princípio de que há certas lições a retirar do amor, quando não, passaríamos o resto da vida a repetir os mesmos erros, como as moscas que endoidecem às marradas nas vidraças das janelas, incapazes de perceber que, embora o vidro seja transparente, não se pode atravessá-lo. Não haverá também determinadas verdades básicas a apreender, fragmentos de sabedoria que podem evitar alguns entusiasmos excessivos, alguma dor, algumas amargas desilusões ?